Quando perguntaram ao menino de 12 anos, Ronnie Rego, o que ele iria ser quando crescer, ele ainda não sabia, mas foi perguntar aos irmãos mais velhos o que ele deveria estudar para trabalhar com carros (provavelmente ainda com as mãos cheias de graxa). E a resposta veio de imediato: engenheiro mecânico, e o caminho para chegar é estudar matemática. E assim se fez.

Mas no meio do trajeto, já na USP, ele encontrou um pit-stop, e era a Competição Baja SAE Brasil, organizada pela Society of Automotive Engineers (SAE). Pronto, a mistura da teoria com a prática deu certo, e hoje o conhecido – praticamente uma celebridade na área de engrenagens no Brasil – Ronnie Rego, é também um dos grandes entusiastas dos campeonatos estudantis, em especial do Baja. Dos cinco anos do curso da Escola Politécnica da USP, quatro deles foram passados parcialmente na Oficina do Baja. E assim o Ronnie Rego encontrou sua profissão.
“O Baja mudou a minha vida; tem muita influência no que faço até hoje”, diz o professor. Com a adrenalina das competições, e a urgência e necessidade de encontrar soluções para os problemas técnicos que surgiam nos desafios tecnológicos propostos nas competições, o então aluno foi se capacitando e antes mesmo de concluir o curso de engenharia foi contratado pela Ford, na mesma área que mostrou ser sua paixão. Hoje, o prof. Dr Ronnie Rodrigo Rego, da Divisão de Engenharia Mecânica do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), lidera o Grupo de Inovação em Engrenagens e a aliança de pesquisas Engrena ITA. Atua como Diretor Geral da Unidade Embrapii CCM-ITA “Transmissão de Potência” e como Deputy Managing Director do Fraunhofer Project Center for Advanced Manufacturing do ITA.
“Esta combinação de aprofundamento da capacidade técnica, gestão organizacional e comprometimento, qualidades e necessidades que emergem nos projetos competitivos, é admirada – e disputada – pelas empresas na contratação de profissionais”, diz o professor, que também é o orientador da equipe ITA Baja. “Uma coisa que os alunos só percebem com o tempo é a liberdade técnica e de criação que as competições oferecem, mas o ponto ‘soberano’ do processo é o comprometimento”. Para Ronnie Rego, o aluno que de fato participa de um projeto competitivo tem um comprometimento ímpar. Ele passa a ser mais do que um empregado, mas um colaborador.