Dot 3, a mascote da Equipe Poli de Baja

Dot 3, codinome Desbravada. Durante a 30ª Competição Baja SAE Brasil – Etapa Nacional, em março passado, com dezenas de carros em teste e a adrenalina à flor da pele, uma cachorrinha apareceu no meio da pista de corrida, feliz da vida, animadíssima com aquela situação, sem perceber o perigo que a cercava.

Helena Paixão de Araújo Pinto, aluna de Engenharia Mecânica da Poli-USP, decidiu entrar na pista com um pastel em uma mão e coragem na outra. O objetivo? Convencer a cachorrinha a seguir até um lugar seguro. E conseguiu. Sem nome até aquele momento, Dot 3 ganhou não só o pastel, mas também o carinho de toda a equipe, especialmente de Maurício Kenji Sanda, aluno de Engenharia Elétrica, que mais tarde a adotou.

“Como a equipe de freios foi quem a encontrou, decidimos dar um nome relacionado ao tema. Branca com pintinhas pretas, a chamamos de Dot, e como existe uma especificação de fluído de freios com o nome DOT 3, assim ficou”, conta Maurício.

Cada um tem sua função

Em uma equipe de competição como a do Baja, cada membro tem uma função definida. Já batizada e com a barriga cheia (espetinhos, marmitas, mais pastéis…), Dot 3 logo foi se adaptando. Sua primeira missão era ficar longe do perigo – tarefa a qual ela não se saía muito bem.

“Tentamos mantê-la perto do caminhão da Poli, longe dos boxes, para garantir sua segurança, já que o ambiente pode ser caótico, com risco de acidentes”, lembra Maurício. “Mas ela adorava invadir os boxes, e quando isso acontecia, quem estava de fora ficava de olho nela.”

Helena recorda que, no começo, Dot 3 se apegou a ela e ao Maurício, mas logo se familiarizou com todos. “Lembro de um momento em que um dos colegas estava chateado com o resultado de uma prova, e Dot 3 foi até ele, como se quisesse consolar”, diz Helena. “Para mim, ela representa o que realmente importa na vida: o aprendizado, as pessoas e a experiência de se desafiar, mesmo quando não dá certo de primeira.”

“No one gets left behind”

Maurício conta que a equipe queria levar Dot 3 para São Paulo, mas como todos viajavam de ônibus, precisavam de ajuda. Foi quando Gustavo Okada, da equipe da FEI, e sua namorada Luíza se ofereceram para ajudar. Eles levaram Dot 3 ao veterinário, e, depois de medicada, a divulgaram para adoção no grupo do Baja. Foi assim que Maurício a adotou.

“A adoção da Dot 3 marcou minha última participação na competição como membro ativo, depois de sete anos na Equipe Poli de Baja”, conta Maurício. Sem dúvida, ambos foram premiados.

Hoje, Dot 3 tem uma nova família. Ela se dá bem com todos, ou quase todos, já que sua relação com a irmã canina, Amélia, ainda precisa de alguns ajustes. Mas o tempo se encarregará de fortalecer os laços. Nos planos: regularização das vacinas, castração, treinamento e muitos projetos futuros.

Falando em treinamento, Maurício descobriu que Dot 3 é ainda mais especial. Ela tem perda auditiva – talvez total –, o que impacta seu adestramento e até sua segurança. “Mas isso não a impede de ser feliz”, comenta Maurício. E no futuro, Maurício pretente levar Dot 3 para visitar a oficina da Equipe Poli de Baja e, quem sabe, até as próximas competições. “Com certeza, ela vai animar o pessoal e ajudar a equipe a lidar com o cansaço e a pressão da competição.”

Bem-vinda Dot 3, a mascote da equipe Poli de Baja!