Mercado de 4×4 pode ter redução de custo

Trabalho de Mestrado em Engenharia Automotiva pela POLI/USP identifica possibilidade de melhorias na dinâmica de veículos 4X4 com nacionalização de peças e conseqüente redução de custos

O off-road não é apenas um hobby ou sinônimo de diversão. Para muitos profissionais, pilotar um veículo com tração 4×4 é uma necessidade, pois a rotina diária de trabalho impõe trajetos de difícil acesso como, por exemplo, prestar serviços nas matas ou percorrer longas distâncias em estradas de terra. Contar com uma frota de veículos com tração 4×4 nesses casos é bem vantajoso, já que reduz custos de manutenção e permite maior acessibilidade.

De olho nesse mercado o engenheiro de produto da Ford/MSX Internacional, Romeu Fontana Junior, vislumbrou no segmento 4 x 4 o tema para o seu trabalho de conclusão do Mestrado Profissional em Engenharia Automotiva da POLI/USP “Único no Brasil, esse curso exige que o aluno identifique um problema/situação real da empresa em que trabalha e que será seu objeto de estudo e de dissertação de Mestrado. Ao concluir o Mestrado, o engenheiro precisa ter identificado uma solução para o case que escolheu estudar”, apresenta o prof. Dr. Ronaldo Salvagni, coordenador do Mestrado.

Romeu Fontana Junior desenvolveu, ao longo dos dois anos de curso, o projeto “Estudo das características dinâmicas de um veículo 4×4”. Para este trabalho, que contou com a orientação e apoio dos professores Marcelo Augusto Alves e Omar Moore Madureira, ambos do Mestrado Profissional da POLI/USP, o engenheiro demonstrou conceitos gerais do veículo e apresentou uma análise da dinâmica do veículo, na qual utilizou cálculos matemáticos para mensurar os resultados de transferência de peso no sentido lateral (inclinação durante as curvas). Ao calcular a massa suspensa e as massas não suspensas, da dianteira e traseira do veículo, Romeu conseguiu definir parâmetros de projeto úteis para o desenvolvimento de novas versões, e também para a comparação com projetos já existentes.

Segundo Romeu Fontana Junior, o projeto prevê uma melhoria na parte técnica do veículo e, para uma versão específica, uma redução de custos para a montadora da ordem de R$1.500 por unidade. “Para melhorar a dinâmica e dar ainda mais estabilidade ao veículo, podemos substituir alguns componentes da suspensão, da direção e da distribuição de peso. Ao trocar peças importadas pelas nacionais, não perderemos na qualidade e baratearemos a manutenção para o proprietário”, comenta.

A boa perspectiva para o mercado 4×4 é um dos motivos que fez o engenheiro optar pelo tema do trabalho. Segundo ele, a versão 4×4 da F-250 (líder absoluta do segmento de picapes grandes no Brasil) foi um dos projetos mais incentivados pela presidência da montadora. No lançamento da linha 2007 da Ford, a F-250 ganhou tração 4×4 e motor diesel eletrônico MaxPower 3.9 L, além de suspensão reforçada e novas relações de transmissão.


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