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Veículos comerciais pesados: atenção na adaptação de eixos – Centro de Engenharia Automotiva da POLI-USP

Veículos comerciais pesados: atenção na adaptação de eixos

Pesquisa de Mestrado Profissional da POLI USP alerta para cuidados na adaptação de veículos 4 x 2 para 6 x 2. Sobrecarga prejudica embreagem e compromete a sua durabilidade.

Mestre em Engenharia Automotiva da Poli/USP atualmente na Scania, na Suécia, realizou como projeto de mestrado, ampla pesquisa sobre sistemas de embreagem para veículos comerciais pesados. Com foco na frota brasileira, Jairo de Lima Souza acompanhou a evolução dos sistemas de transporte no modal rodoviário e as novas demandas operacionais geradas pela crescente concorrência e pressão por redução de custos. “Em função da globalização ocorreram mudanças no perfil da frota brasileira de veículos comerciais pesados” situa Jairo de Lima Souza, autor do projeto. As frotas, que anteriormente eram compostas por veículos comerciais pesados 4×2 (4 pontos de apoio no solo com tração em 2 pontos), operando com carretas de três eixos e com capacidade de transporte de 45 toneladas, passaram, então, a ser gradativamente substituídas por veículos comerciais pesados 6×2 (6 pontos de apoio no solo com tração em 2 pontos) com carretas do tipo bi-trem com capacidade de transporte de 57 toneladas. “A mudança foi acompanhada pelo aumento da pressão do custo de aquisição dos veículos comerciais pesados. Dessa forma, os principais frotistas brasileiros buscaram adaptar eixos de apoio nos veículos 4×2, aumentando as solicitações mecânicas impostas ao sistema de embreagem.”

No estudo, o engenheiro Jairo de Lima Souza aponta as falhas ocorridas no sistema de acionamento de embreagem por cilindro escravo concêntrico utilizado no mercado brasileiro. “Há uma combinação de fatores operacionais que favorecem as falhas, como aumento da severidade em função da maior carga, exigindo um maior número de trocas de marchas; operação dos veículos em ambientes com altas taxas de umidade relativa do ar; aumento da temperatura no ambiente da embreagem causada por erros de condução do veículo; contaminação do fluido por umidade proveniente do ambiente da embreagem, ocasionando a redução da temperatura de ebulição do mesmo” esclarece o autor.

Para realizar o trabalho o engenheiro avaliou a seleção de materiais empregados na construção do sistema por meio de ensaios químico-laboratoriais e realizou testes de funcionalidade em condições reais de operação com veículos comerciais pesados devidamente instrumentados, mantendo o foco nos parâmetros operacionais impostos pelo novo perfil da composição tratora.

Conforme verificado no transcorrer da pesquisa, em alguns casos a capacidade máxima de tração para os veículos da versão tratora 4×2 é aumentada para valores limítrofes de resistência para o conjunto de trem de força com a adaptação do terceiro eixo, reforçando a severidade da operação. O trabalho indica alternativas para evitar as falhas encontradas no sistema de acionamento de embreagem por cilindro escravo concêntrico, como uma nova solução técnica construtiva para o sistema a fim de aumentar a robustez do componente que apresenta maior suscetibilidade às falhas.

O projeto apresenta também um modelo matemático para a predição do intervalo mínimo de manutenção para o sistema de acionamento da embreagem por cilindro escravo concêntrico. O pesquisador considera que o tema permite novos desdobramentos científicos e sugere no trabalho novas linhas de pesquisa.


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