Sistemas de Air Bag: pesquisa reforça a importância do dispositivo

Engenheiro desenvolve na POLI/USP projeto acadêmico sobre Sistema de Air Bag, derruba mitos (como o da bolsa inflar desnecessariamente) e reforça a importância do dispositivo, tanto o frontal quanto o lateral. A conscientização da importância do equipamento é o caminho para torná-lo item de série. Hoje o sistema de air bag ainda está restrito a carros de luxo ou apresenta-se como item opcional.

airbag 01 agosto 2006

Para concluir o Mestrado Profissional em Engenharia Automotiva, da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli/USP), o engenheiro da General Motors (GM), Washington Henrique Freitas da Silva apresentou, no final de 2005, seu projeto de tese Avaliação e Revalidação dos Sistemas de Air Bag em Veículos de Passeio. Nele, descreveu as etapas de um teste de impacto para a validação do sistema de air bag.

Os testes, reais, realizados na própria General Motors, utilizaram um veículo modelo sedan, com velocidade de 48 km/h. Para validar o sistema de air bag é necessário simular o efeito de acidentes em seres humanos. Os testes de impacto, conhecidos como crasch tests simulam os graus de movimento que os ocupantes podem ter em caso de colisão e o impacto na bolsa inflada. Para isso empregam bonecos de diversos tamanhos denominados dummies. “O fornecedor faz uma série de testes para validar o sistema e entrega o air bag certificado à montadora, que realiza novos testes e avalia as condições da bolsa com relação ao tempo de abertura, temperatura etc”, esclarece o profissional.

O air bag, aliado ao cinto de segurança, é um equipamento importante para reduzir ou evitar ferimentos graves nos ocupantes dos veículos durante uma colisão. De acordo com pesquisas realizadas pelos órgãos nacionais de trânsito, e apuradas pelo projeto do engenheiro, os impactos frontais respondem por, aproximadamente, 65% dos acidentes fatais. De acordo com o engenheiro, apesar de o air bag não atingir 10% da frota nacional e ser um item de série somente em alguns modelos de luxo, a GM disponibiliza o sistema como item opcional para toda a sua linha (exceto o Celta).

Por ainda não ser um dispositivo de segurança tão comum no País, há muitos mitos que envolvem o uso do equipamento como, por exemplo, a possibilidade da bolsa inflar diante de um movimento brusco em uma lombada ou em buracos na via. O especialista esclarece que essas possibilidades não existem, já que o sistema possui um módulo de controle eletrônico, uma espécie de “cérebro”, que avalia e registra rapidamente a necessidade de abertura da bolsa. Caso exista a necessidade, o air bag do motorista infla em 30 milisengundos e do passageiro em 60 milisegundos.

O profissional também abordou a utilização do air bag lateral (Side Air Bag), localizado entre as portas, cuja função é aumentar a proteção do motorista e do passageiro dianteiro em caso de colisão severa nas portas dianteiras, diminuindo o risco de lesão no tronco. Diferente do sistema frontal, a atuação dos airs bags laterais é independente, ou seja, o acionamento de um dos lados não implica o acionamento do outro.

Após concluir o Mestrado Profissional em Engenharia Automotiva, o engenheiro Washington Henrique Freitas da Silva assumiu a gerência regional da montadora na cidade de Bauru (SP). “O curso de Mestrado me abriu novas perspectivas dentro da GM, fornecendo a base teórica e a prática para trabalhar com segurança veicular. Também desenvolvi novas habilidades como pesquisador e, hoje, busco várias fontes para detectar as causas de um problema. Pude contar com a experiência e apoio do meu orientador, Prof. Dr. Arlindo Tribess “, acrescenta o engenheiro. Na avaliação de Washington, o mestrado estimulou seu interesse em pesquisa e ele planeja dar continuidade ao tema em um Doutorado. “Pretendo desenvolver um padrão brasileiro sobre o sistema de air bag, pois até o momento o Brasil adota os modelos europeu e americano”, finaliza.


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