Cresce Interesse das Montadoras por novas Tecnologias de Propulsão Veicular

Especialista Técnico da Ford Motor Company desenvolve estudo sobre o uso de veículos elétricos híbridos, e comprova ser possível reduzir emissões de poluentes e economizar até 15% em combustível. O projeto, realizado durante o curso de Mestrado em Engenharia Automotiva da Poli/USP recebeu Menção Honrosa como melhor trabalho no tema em Congresso Automotivo.

A preocupação com questões relativas à eficiência energética, proteção do meio ambiente e redução das reservas mundiais de combustível têm impulsionado as montadoras de automóveis a procurar novas tecnologias de propulsão veicular. Nos Estados Unidos, no Japão e na Europa, o veículo elétrico híbrido (sistema que utiliza duas fontes de energia para se movimentar e, geralmente, adota o motor elétrico como fonte alternativa) é visto como uma opção mais eficiente e menos poluente, quando comparada ao sistema de propulsão convencional. Entre os modelos de veículos elétricos híbridos que atendem o mercado mundial atual, destacam-se o Prius da Toyota, o Insight da Honda e o Escape da Ford. Todos eles possuem motor de combustão interna como fonte preliminar de potência e o motor elétrico que provê potência durante a partida e a aceleração e, eventualmente supre potência em condição de alta demanda.

De acordo com o Especialista Técnico da Ford Motor Company, Eude Cezar de Oliveira, que desenvolveu o trabalho Modelagem e Simulação de Veículos Elétricos Híbridos para o curso de Mestrado em Engenharia Automotiva da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli/USP), sob a orientação do prof. Dr., Décio Crisol Donha, o Brasil demonstra interesse pelo tema há cerca de dez anos, mas o custo elevado de implementação da tecnologia ainda é uma barreira. Por enquanto, o País só utiliza o sistema híbrido elétrico em ônibus.

“O Brasil já faz uso de tecnologia limpa com o álcool, no entanto é necessário continuar estudando outras tecnologias de menor impacto ao meio ambiente”, justifica Eude Cezar de Oliveira, para quem o consumidor só aceitará pagar mais por um produto com nova tecnologia se estiver ciente das vantagens que compensam o aumento do custo ou a perda de eficiência. “Nos países em desenvolvimento, o mercado automobilístico é bastante competitivo, com baixa lucratividade e altas taxas de impostos, e em geral o maior volume é constituído pelos carros populares. Normalmente, quando falamos dos veículos elétricos híbridos, imaginamos veículos de grande valor agregado e com pouca possibilidade de venda nestes mercados, devido aos custos e ao baixo volume”, comenta.

No curso de mestrado da POLI/USP, o engenheiro da Ford estudou as principais características dos veículos elétricos híbridos, por meio de simulações no motor Zetec Rocam 1.0 L, usado nos modelos Ka e Fiesta. Para que os resultados obtidos fossem bem próximos da realidade, Eude Cezar de Oliveira optou pela utilização do programa computacional ADVISOR (Advanced Vehicle Simulator), desenvolvido pela National Renewable Energy Laboratory (NREL) e Argonne National Laboratory (ANL).

Durante os testes, o Especialista avaliou o nível de desempenho, níveis de emissões e o comportamento de seus principais componentes, as baterias e os motores elétricos, constatando que, além da redução de emissões e economia de combustível (podendo chegar em alguns casos a 15%), os veículos elétricos híbridos apresentam níveis mais baixos de ruído e vibrações. O engenheiro sugere como uma solução mais próxima da realidade brasileira o sistema de gerador-partida integrado (Integrated Starter Generator – ISG), que permite que o motor desligue sozinho quando o veículo está parado, por exemplo, em um semáforo . O ISG evita ociosidades desnecessárias e, para o carro partir novamente, basta acionar o acelerador. “É um sistema economicamente mais viável e de fácil implantação”, esclarece.

Estudo premiado

O trabalho Modelagem e Simulação de Veículos Elétricos Híbridos desenvolvido no curso de Mestrado em Engenharia Automotiva da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli/USP), recebeu o prêmio Menção Honrosa como o melhor trabalho no tema, durante o Congresso da SAE Brasil, em novembro de 2006, promovido pela Sociedade dos Engenheiros da Mobilidade. Em abril, o engenheiro Eude Cezar de Oliveira apresentou outros trabalhos no SAE 2007 World Congress, em Detroit, Michigam (EUA)


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